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domingo, 19 de dezembro de 2010

Feliz Navidad!


Natal – ou Yule?


Chega Dezembro… árvores de Natal, troca de presentes, bonequinhos de neve feitos de tecidos ou resinas, comidas pesadas para uma ceia de verão, Papai Noel vestido com roupas quentes e desconfortáveis em pleno país tropical... mas por quê???
Claro, dentro do Cristianismo a principal comemoração é o nascimento de Cristo. Mas o que este evento tem a ver com os itens descritos anteriormente?
Busquemos a origem desta festa nos ritos pagãos.
Não, cara leitora, não estamos falando de pessoas que não foram batizadas em uma igreja, ou que não acreditam em nada... estamos falando de seguidores de religiões muito anteriores ao advento cristão. A palavra “pagão”vem do latim “paganus”, termo difundido como “aquele que vive no campo” e que no campo faz suas celebrações, pois estar vivo é uma dádiva dos deuses!
As celebrações pagãs estão diretamente ligadas aos ciclos da natureza, à comunhão do homem com o meio que o cerca, e do qual tira seu sustento. Está dentro do que chamamos de “Roda do Ano”.
No hemisfério Norte e terras européias, orientais, Dezembro é o pico do Inverno. É quando se celebra Yule – o Solstício de Inverno, a mais longa noite do ano – por volta de 21 de Dezembro.
E a noite de se renovar as esperanças, quando a Grande Mãe dá à luz seu filho, o deus jovem, que trará o Sol e afastará a escuridão e o frio em breve.
Era típico levar galhos de árvores sagradas para casa nesta noite, como o Pinheiro e o Azevinho – suas folhas, sempre verdes, sobrevivem à neve, simbolizam a continuação da vida, a renovação diária. Os sinos, cujo formato indica um simbolismo fortemente feminino, soam, chamando os espíritos para entrar em nossas casas, em clima de festa pelo nascimento do deus – “a criança prometida”.
Frutos secos (típicos nesta época do ano) são colocados sobre o altar, assim como algumas flores da estação.
Geralmente, é servido um banquete, com animais assados, bolos de castanhas, frutas e vinho, e são feitos rituais, para renovarmos nosso interior e aguardar o futuro, consolidando as esperanças de sobreviver a mais um inverno.
Outro costume muito comum, é o de pendurar visco nas portas de entrada das casas. Isto porque o visco era muito utilizado por seus atributos curadores.
A decoração dos pinheiros, era na verdade feita com símbolos pendurados às árvores em homenagem à grande Deusa, símbolos do Sol, da Lua e das Estrelas. Em algumas regiões, também podiam representar as almas que já partiram, ou presentes eram deixados como oferenda a diversas deidades. Também, entre alguns povos, era costume mais tarde de colocar bolas de vidro ou outros materiais e frutas penduradas nos pinheiros em seus jardins para agradar o povo das fadas.
Em algumas regiões da Inglaterra, fazendeiros tinham o costume de oferecer brindes com cidra às maiores macieiras do pomar, como gratidão pela produção de frutos.
Em Roma, havia a festa “Saturnália”, celebrada com muita música, danças, comidas e bebidas.
Outra comemoração que existia “pras bandas de lá” era o nascimento do deus Mithra, uma deidade infantil, também chamada de deus Sol entre os Persas, entre 21 e 24 de dezembro. Neste dia, o trabalho era suspenso inclusive em Roma, e amigos e parentes trocavam presentes e até mesmo execuções e outras penalidades eram adiadas!
Na Grécia, nascia Heracles.
Também acreditava-se, no Egito, que Ísis engravidava na Primavera, e na noite do Inverno dava à luz a Hórus.
Quanto à figura do Papai Noel, precisaria de um artigo só sobre isso... há muitas variações para este senhor. Uma delas, está nas raízes das crenças xamânicas siberianas, onde uma deidade transitava entre os mundos, e entrava nas casas pelas chaminés. Há também estórias ligadas a um santo padroeiro da Rússia, que após a morte de seus pais doou sua herança aos pobres (aqui já temos um mito cristão).
Bem, voltando às celebrações de Yule, como foi dito no começo deste artigo, os pagãos seguem os ciclos da natureza (leia-se as estações do ano, plantação e colheita, tudo o que rege a vida no planeta). Assim, no hemisfério Sul, nada mais correto que celebrar Yule, ou Natal, ou solstício de inverno, em Junho!
Sim, não faz muito sentido celebrar a noite de Inverno e renovar a esperança no sol que está se formando para a próxima estação sob um calor de 40º. !!! Vocês não acham?
Mas alguns adeptos ou simpatizantes destes ritos ainda mesclam ou deixam de seguir a ordem natural das coisas, uma opção pessoal.

Bem, desejo a todos os cristãos um Feliz Natal... pois Feliz Yule só poderei desejar em Junho...

Abençoados sejam,


Anita La Fey.
Taróloga – e pagã.

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