Hoje, trago para vocês um texto que recebi via Facebook, de autoria de Dynho Oliveira (ao final do texto, encontra-se o link para seu blog!)
Gostei, e partilho. Espero que ajude em suas reflexões no Caminho! ;-)
Abençoados sejam,
Anita.
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A banalização da Espiritualidade
Se preocupar com o desenvolver da espiritualidade se tornou algo “Cult”. É de se concordar que com o aumento da chamada nova era, houve um aumento de despertar da humanidade, fazendo com que muitas pessoas acordassem para a consciência além de um corpo apenas físico. Mas o que preocupa é quando uma pessoa procura a espiritualidade, e me refiro a qualquer forma que seja, apenas para satisfazer seu ego. O ego é aquele ser que fica atrás de nós nos soprando aos ouvidos: “você precisa disto”, “você tem que ter aquilo, todo mundo tem”.
Vamos pensar, por exemplo, no aumento de jovens pelo antigo caminho da bruxaria. Uma pesquisa foi feita no Witches and Pagan, com adolescentes que praticam a bruxaria. Para eles, foi questionado o motivo de seguir a Arte. As respostas foram as mais variadas, mas ninguém, eu disse NINGUÉM, citou o fato de ter status ou a execução de feitiços. Interessante, não? Mas e aqui no Brasil?
Aqui, como sempre, as coisas tomam rumos diferentes. Primeiro, nomes antigos da Arte começam uma interminável luta, que vamos chamar de “eu que trouxe”. No “eu que trouxe”, o que vale é provar de alguma forma que foi você que trouxe a bruxaria para o Brasil e que sua prática é a verdadeira dentre tantas. Para isso, vale de tudo. Pode escrever livro, dar aulas, fundar organizações, covens, círculos, e por ai vai. Só não pode ser verdadeiro e dizer que seus livros são ruins.
Depois que esses indivíduos (que deveriam ser nossos Anciões – ou Elders, do termo inglês) param de se alfinetar, começamos uma interminável discussão do que é certo ou errado dentro desta prática espiritual que livre. Frase interessante, não é mesmo? Pela primeira vez, temos algo que é totalmente LIVRE, ser restrita aos termos certo ou errado.
Agora, pense comigo...Você é jovem e ente um chamado para um caminho espiritual que lhe dê essa ligação com a natureza. O que você faz? Bem, como todo jovem crescido no mundo digital, você vai procurar sobre no velho oráculo Google e em redes sociais. E o que encontra? As mesmas intermináveis discussões.
Me pergunto como não deve ser a cabeça dos jovens que procuram o estudo em uma prática voltada a natureza, onde o ser inteiramente livre é algo fundamental, quando descobrem que hoje em dia, você é considerado sábio pelo número de likes da sua página (porque você precisa ter uma), pela quantidade de fotos com apetrechos bruxescos que você possui e pela quantidade de asneiras que você fala. Ser um jovem bruxo hoje em dia, é apontar o dedo na cara do outro e dizer: você não é bruxo! É julgar o outro e o diminuir com palavras ofensivas, chulas e mal colocadas. Ser bruxo hoje em dia, é ter um tarot da Lady Gaga e ouvir Lana Del Rey durante a meditação.
Mas do que adianta reclamar dos jovens, se os velhos continuam brigando? Um bruxo não precisa mais conhecer a si mesmo, desenvolver poderes com um treinamento disciplinado, muito menos colocar os pés na terra e a senti-la. Um bom bruxo precisa ter status, muitos amigos no facebook, fotos diversas de rituais diversos, usar Chanel, ouvir pop e nunca, em circunstância alguma, colocar os pés na terra. Afinal, aquele creme de pêssego da Katy Perry faz maravilhas com a pele.
Ironias a parte, quero deixar claro de que não discordo, nem menosprezo qualquer entidade ou organização em prol do crescimento e conscientização da Bruxaria. Há ótimas instituições que visam um verdadeiro despertar espiritual. Assim como pessoas pioneiras. Também não julgo pessoas que ouvem pop, nem as cantoras citadas (escuto também). O problema não é o que você escuta ou veste. O problema é o que você diz saber e ser, quando quem é e realmente sabe, não diz.
Fonte: http://circulodabruxa.blogspot.com.br/2014/02/a-banalizacao-da-espiritualidade.html
Gostei, e partilho. Espero que ajude em suas reflexões no Caminho! ;-)
Abençoados sejam,
Anita.
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A banalização da Espiritualidade
Se preocupar com o desenvolver da espiritualidade se tornou algo “Cult”. É de se concordar que com o aumento da chamada nova era, houve um aumento de despertar da humanidade, fazendo com que muitas pessoas acordassem para a consciência além de um corpo apenas físico. Mas o que preocupa é quando uma pessoa procura a espiritualidade, e me refiro a qualquer forma que seja, apenas para satisfazer seu ego. O ego é aquele ser que fica atrás de nós nos soprando aos ouvidos: “você precisa disto”, “você tem que ter aquilo, todo mundo tem”.
Vamos pensar, por exemplo, no aumento de jovens pelo antigo caminho da bruxaria. Uma pesquisa foi feita no Witches and Pagan, com adolescentes que praticam a bruxaria. Para eles, foi questionado o motivo de seguir a Arte. As respostas foram as mais variadas, mas ninguém, eu disse NINGUÉM, citou o fato de ter status ou a execução de feitiços. Interessante, não? Mas e aqui no Brasil?
Aqui, como sempre, as coisas tomam rumos diferentes. Primeiro, nomes antigos da Arte começam uma interminável luta, que vamos chamar de “eu que trouxe”. No “eu que trouxe”, o que vale é provar de alguma forma que foi você que trouxe a bruxaria para o Brasil e que sua prática é a verdadeira dentre tantas. Para isso, vale de tudo. Pode escrever livro, dar aulas, fundar organizações, covens, círculos, e por ai vai. Só não pode ser verdadeiro e dizer que seus livros são ruins.
Depois que esses indivíduos (que deveriam ser nossos Anciões – ou Elders, do termo inglês) param de se alfinetar, começamos uma interminável discussão do que é certo ou errado dentro desta prática espiritual que livre. Frase interessante, não é mesmo? Pela primeira vez, temos algo que é totalmente LIVRE, ser restrita aos termos certo ou errado.
Agora, pense comigo...Você é jovem e ente um chamado para um caminho espiritual que lhe dê essa ligação com a natureza. O que você faz? Bem, como todo jovem crescido no mundo digital, você vai procurar sobre no velho oráculo Google e em redes sociais. E o que encontra? As mesmas intermináveis discussões.
Me pergunto como não deve ser a cabeça dos jovens que procuram o estudo em uma prática voltada a natureza, onde o ser inteiramente livre é algo fundamental, quando descobrem que hoje em dia, você é considerado sábio pelo número de likes da sua página (porque você precisa ter uma), pela quantidade de fotos com apetrechos bruxescos que você possui e pela quantidade de asneiras que você fala. Ser um jovem bruxo hoje em dia, é apontar o dedo na cara do outro e dizer: você não é bruxo! É julgar o outro e o diminuir com palavras ofensivas, chulas e mal colocadas. Ser bruxo hoje em dia, é ter um tarot da Lady Gaga e ouvir Lana Del Rey durante a meditação.
Mas do que adianta reclamar dos jovens, se os velhos continuam brigando? Um bruxo não precisa mais conhecer a si mesmo, desenvolver poderes com um treinamento disciplinado, muito menos colocar os pés na terra e a senti-la. Um bom bruxo precisa ter status, muitos amigos no facebook, fotos diversas de rituais diversos, usar Chanel, ouvir pop e nunca, em circunstância alguma, colocar os pés na terra. Afinal, aquele creme de pêssego da Katy Perry faz maravilhas com a pele.
Ironias a parte, quero deixar claro de que não discordo, nem menosprezo qualquer entidade ou organização em prol do crescimento e conscientização da Bruxaria. Há ótimas instituições que visam um verdadeiro despertar espiritual. Assim como pessoas pioneiras. Também não julgo pessoas que ouvem pop, nem as cantoras citadas (escuto também). O problema não é o que você escuta ou veste. O problema é o que você diz saber e ser, quando quem é e realmente sabe, não diz.
Fonte: http://circulodabruxa.blogspot.com.br/2014/02/a-banalizacao-da-espiritualidade.html
Vou responder postando um comentário que fiz a um tópico que publicaram no grupo Espiral das Bacantes, do Facebook, onde justamente se falava sobre "pioneiros da Bruxaria no Brasil":
ResponderExcluir"Questiono esse “pioneirismo”. Acho engraçado povo e pova posar de “pioneiros”, pois aí constato que eu mesmo já vivia Bruxaria e Paganismo publicamente numa época em que NINGUÉM falava do assunto... não havia Internet, era o início da década de 90, e se eu trilho o Caminho ANTES e NÃO SOU pioneiro de coisa alguma, COMO que esse povo e pova que se arroga pioneiro e veio DEPOIS o faz? Eu vivi Bruxaria e Paganismo desde o berço, recebi Sagração aos 2 meses de idade, no colo de minha Avó, ela SIM uma VERDADEIRA Sacerdotisa dos Antigos... recebi o Chamado Iniciático em 1994, fui Iniciado em 1997... vivi o Sagrado de nossa Tradição em todo o decorrer da infância e adolescência, e mesmo assim NÃO SOU PIONEIRO!
E antes de mim, nesse país, outros tantos mais vieram a público, em nome da Bruxaria: posso citar Claudia Hauy, Roberto Gomes de Sá Carvalho, Marcia Frazão... pessoas que viveram e falaram de Bruxaria, seja em livros ou na mídia, numa época (início da década de 90) em que não haviam instituições em nome de Bruxaria e Paganismo no país (ao menos, não divulgadas como tal). E outros também vieram a público, em nome de linhagens de Bruxaria que não necessariamente estão conectadas com a "Religião da Deusa" ou Wicca, mas sim com o Vodu (MUITO mais antigo que Wicca ou que as modernas manifestações das várias vertentes de religiões da Deusa).
A meu ver, Pioneiros de fato são pessoas como minha avó paterna, que manteve no interior da Coeva na Casa Velha, os Mistérios legados por sua mãe... pioneira é minha bisavó materna, que atravessou o Oceano, fugindo de uma perseguição tal e qual a inquisitorial (no caso, tal perseguição era fascista), onde nosso povo estava sendo dizimado por pertencermos a uma cultura diferente da tal “cultura dominante da Espanha castelhana”. Minha bisavó trouxe no porão daquele navio o cerne de nossa Tradição... e como ela, muitas outras avós, bisavós, tataravós... Pioneiro é meu tataravô lusitano, avô de meu avô paterno, que era padre, mas que também mantinha os Velhos Caminhos (a Fé Dupla sempre foi corrente no Velho Mundo), e que ao se apaixonar por minha tataravó, cruzaram também o Oceano, para poder viver esse Amor nesse Novo Mundo... e junto deles, trouxeram a Tradição, diretamente do Coração da Lusitânia Ancestral... e tal como eles, muitos e muitos outros trouxeram em sua bagagem, em seu coração, em seus costumes, crenças e práticas (algumas sincretizadas outras bem óbvias) a Velha Tradição... que, enquanto Tradição, é sempre Nova! Sempre Jovem, posto que perene, posto que Eterna, posto que renasce a cada vivência que nós, seus atuais herdeiros, mantemos em nossos Akelarres, Conciliábulos, Sabás...
Vertentes modernas de Bruxaria surgiram. Que maravilha! Novas leituras sobre tão Ancestrais heranças... temos pioneiros no Brasil dentro da Bruxaria Moderna? Dentro de Wicca? SIM! Mas não se apresentam a público como tal, nas tais e quais mídias virtuais... mas pelo decorrer da década de 80 e 90 celebravam Sabás e Esbás dentro de sua Fé na Deusa Mãe e no Deus Chifrudo, segundo os preceitos da Religião Wicca... e muitas vezes em locais públicos, e conheço pessoas que participaram de tais celebrações. Estavam vivendo a Arte Bruxa Wiccana, portanto, antes dos anos 90. E aí? Onde está o tal "pioneirismo da Bruxaria moderna brasileira"? A efervescência envolvendo a Bruxaria moderna no Brasil, do final dos anos 90 pra cá, é fruto de toda uma vivência anterior. Essa expansão da Bruxaria moderna no Brasil a partir do início do século XXI e que se estende até nossos dias, se deve ao trabalho de muitas pessoas, seja publicando livros, mobilizando sites e listas de discussão na Internet, seja promovendo encontros e rituais públicos. Ok, bom trabalho! Parabéns a todos que contribuíram e vem contribuindo com seus trabalhos! Mas se falarmos em PIONEIRISMO, aí entramos numa seara BEM mais ampla e que se estende para BEM mais atrás no Tempo....
ResponderExcluirAssim sendo, se falarmos em pioneirismo em Bruxaria no Brasil, como disse, teremos de falar de nossos antepassados que cruzaram o Oceano, e de 500 anos pra cá (e qualquer estudo um pouco mais aprofundado sobre as práticas e crenças mágicas no Brasil Colônia, fatalmente mostrará que Bruxaria de raiz europeia já grassava em nossa Nação, desde o século XVI); e se analisarmos pelo escopo da Antropologia, podemos localizar os Bruxos pioneiros de nosso Brasil há o quê? Uns 50 mil anos? Antes de Cabral aqui aportar COM CERTEZA, pois o que são os Pajés de nossas Nações Indígenas, antropologicamente falando, se não Bruxos de fato?
Pessoalmente, penso que o trabalho de cada qual é importante e cada um de nós pode sim contribuir de forma realmente frutífera para o desenvolvimento da Bruxaria e Paganismo, em suas mais variadas manifestações, em nosso Brasil. Para tal, basta nos concentrarmos em TRABALHAR, e não em POSAR ;) Penso que segurar a onda da altíssima sacerdotolice é necessário, para se evitar que de fato o cenário da Bruxaria Brasileira se mantenha como o circo, o picadeiro repleto de palhaçadas, que o Mauricio Melo aponta acima. A palhaçada de gente se dizendo “alta sacerdotisa wiccana e bruxa” e pretendendo determinar o que é “certo ou errado” em nome da Bruxaria? Uma vez um rapaz lá de Rondônia, que se diz “high printess da wicca gardneriana” (isso mesmo, “PRINTESS”!!!), e que se apresentou enquanto “o primeiro a criar uma loja virtual de artigos de Bruxaria no Brasil”, e que também se apresentava como “egípcio”, “cigano”, “bruxo tradicional”, etc, etc, disse que ele ia “desmascarar os falsos bruxos e falsas bruxas do Brasil”. É igual ao Fernando Collor, que bradava em sua campanha para a Presidência que iria “desmascarar os marajás” e... bem... a aulas de História nas escolas, hoje em dia, podem ilustrar com propriedade o que ocorreu... ;) ... Assim sendo, o tal guri lá de Rondônia (um abração pro povo de Rondônia, tenho amiga Bruxa que vive lá, o povo de lá COM CERTEZA não merece um trem desses enchendo o saco deles lá rsrs), o tal “High Printess”, é o Collor da Bruxaria? É isso mesmo produção? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk XD
ResponderExcluirHá MUITO a ser feito, e é cedo ainda para largar do batente e olhar pra trás com nostálgico ar de “glória conquistada”... há coisas básicas e elementares a serem trabalhadas, e PRINCIPALMENTE: dentro de cada um que se vê e se apresenta enquanto Bruxo, enquanto Pagão. Sem esse trabalho interno, sem essa aterrissada na boa e velha REALIDADE, onde nos damos conta do que vc mesmo citou acima Mauricio: “(...) A bruxaria é plural, é uma amalgama de práticas e defini-la é absurdo, pois é fluida e orgânica e não aceita limitações. E os pretensiosos não se dão conta do papelão que estão fazendo e ainda temos os tolos que aplaudem e reproduzem tais comportamentos, sem se quer questionar. (...)”; Sem essa ACORDADA para a Realidade da Tradição Bruxa, que vc tão bem sintetizou acima, tudo o mais que se arrogue feito fora, e “em nome de todos os Bruxos”, “em nome da Bruxaria”, "em nome do Paganismo no Brasil”, não passa de lorota!"
(Para ler o tópico: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=571087919638000&set=gm.473277996116974&type=1)
ResponderExcluirBendiciones del Cuervo y del Aker...
TOTALMENTE GRATUITO!
ResponderExcluirInscrições abertas para Ciclo de Estudos em Wica Gardneriana.
Informações, textos básicos, e inscrição no Site abaixo:
http://covenflechasderosas.wix.com/coven